sábado, 24 de março de 2012

A dor a dor a dor a dor...

"...depois que você partiu o mel da vida apodreceu na minha boca..." (Tom Zé)

Esperando as coisas acontecerem
olho o céu e as estrelas
olho no olho do céu, com remelas e cheio de pregas.

Esperando o mundo mudar
durmo, acordo e me fadigo
na ilusão de acordar bem longe daqui.

Esperando uma ligação que me faça sorrir como outrora
esqueço que nosso tempo já passou
que a vida mudou e que não somos mais dois (ou nunca fomos).

Esperando chegar a coragem de mudar
me perco e desconverso
e em cada conversa resignifico o que já está obsoleto.

Chegará o dia em que vou voar como uma gaivota
construir como uma formiga
e me sentir como uma tigresa...

Enquanto este dia não vem
vou cantar a desilusão
implorar a revolução
e seguir entendendo o porque ando sempre na contramão.

Vai... vai viver o que tem pra viver...
Vem... se quiser realmente entender...
Fui... ainda com medo de voltar mas na certeza que nunca tive tão poucas razões pra ficar...

Cemitério de sonhos é o que sou, e desde sempre a melancolia tem sido o adubo da minha mente.

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