segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Aprendizado

Do mesmo modo
que da alegria
Foste ao fundo
e te perdeste nela
e te achaste
nessa perda
deixa que a dor se exerça agora
sem mentiras
nem desculpas
e em tua carne vaporize
toda ilusão
que a vida só consome
o que a alimenta.

Ferreira Gullar

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

E por que sim?

Eu sou assim, sem por nem tirar...
Sou impulsiva
Gosto de sair por aí sem rumo
Gosto de alguma estabilidade também
As coisas são simples meu bem
Não sei fazer tipo

Não sou bailarina
e nem garota de Ipanema
Sou meio Tereza, mas não todo dia
Não sou exemplo e nem quero ser
Sou indecisa, não sei o que quero da vida
Queria sim descobrir o que a vida quer de mim

Gosto de escrever, mas não sempre
Gosto de ler, mas não sempre
Sou o que quero ser, mas não sempre

Não vou ficar me explicando
Não vou fazer um resumo de mim mesma
Não vou pedir pra me entender
Vou apenas retirar o meu mundo de cena
E voltar a fugir

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Paranóia I

Nomes.
A gente vive tentando atribuir nomes para as coisas.
Mas não é à toa, somos seres lingüísticos e é através de palavras colocamos significados nas coisas e contamos nossa história.
Convenções.
Algumas convenções são renovadas na história da humanidade, alguns elementos delas mudam com a mudança cultural, mas sua essência permanece porque gostamos de saber se o outro está em consenso conosco.
Nos relacionamentos, por mais que queremos ser libertários a respeito desses contratos sociais, acredito que facilite fazer acordos, e porque não nomear as relações, pois nesses nomes já tem esses acordos?
Não que isso traga alguma certeza do futuro ou mude a essência da relação a dois, por exemplo, mas traz um entendimento de interesse e a falta dele pode trazer tanta insegurança que não faz sentido trocar uma coisa pela outra.
Com tudo isso quero dizer que eu, socióloga, em crise com as convenções sociais desde a adolescência, chego a conclusão que acordos sociais são necessários, e que gosto de convenções que me tragam alguma estabilidade nesse mundo tão turbulento.
Estou falando de um tipo de relação, que tem um nome, que remete a vários acordos. Isso iria organizar uma parte a minha vida. Na vida profissional tem um contrato ético que sigo para não ter aborrecimentos, na família também, e com amigos nem se fala...
Porque temer então?

sábado, 8 de agosto de 2009

Resposta Incerta

Fui atrevida.
Me abri e me despi pra poder te ver melhor.
Resolvi apostar todos meus bens à sorte cega,
só pra ver se vale a pena acreditar na minha intuição.

Acordei e pensei :
é melhor morrer de paixão do que por falta dela...
Talvez foi a ressaca do "porre" que tenho tomado de ti
que me fez pensar em te dizer todas as letras que escondi.

Poesia de palavras simples
Nada a declarar além disso!
O que eu disse já está dito...

Alívio.

Agora vou esperar para ver
se havia razão sobre aquilo que eu tinha certeza.
Mensagem enviada ao seu destino...
Resposta incerta.