sábado, 26 de março de 2011

Sem ter sentido

Vivo a colecionar mensagens de texto
Dias efêmeros que deixam vazio
Numas noites frias regadas de álcool e romances sem flertes
Em um mudo diálogo entre o passado e o futuro

Ando com um olhar parado
Não olho pro lado, não tenho interesse
Ando sozinha num cemitério de sonhos
Com muitos jazidos, sem flores e visitas

Neste deserto o tempo é camelo
Juntando palavras, criando argumentos
pra justificar o que não consigo:
encontrar em outros corpos
o menor sentido

quarta-feira, 16 de março de 2011

Lamento Urbano

I
Chove em São Paulo
Muitos carros nas ruas
Ônibus lotados
Vidros fechados
Vidas sem ar
Sempre a trabalhar
II
Pessoas em choque
Em breve ficarão sem lar
Pais de família não dormem
Onde protegerei meus filhos?
Como defenderei meu lugar?
III
Cotação da bolsa
Economia crescente pra quem?
Homens engravatados dormem sem enchentes
E a vida da gente não interessa a ninguém.
IV
Violência S.A.
Olhe para o lado pra perceber
Por que tanto assalto?
Quem foi primeiro desapropriado?
É gente cansada de tanto sofrer.