terça-feira, 29 de setembro de 2009

Sorte Cega

Minha alma engasga,
a garoa molha meu nariz.
A dureza de trazer de volta pra mim o poder sobre meu querer,
me faz ter a certeza de que o que as vezes o corpo deseja o que faz mal ao coração.
Não há nada de mal na realidade, mas não temos tudo.
Então entre o ir e ficar existe um abismo profundo d'onde não consigo sair.
Por isso, darei meu passo adiante de olhos fechados,
pois sofro se fico e sofro se vou.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Falta de respeito por parte do poder público à população pobre

Um caso problemático a respeito à moradia no Capão Redondo é causado pela obra de Canalização do Córrego do Pirajussara - Projeto do DAEE n° 2009/22/00015-2 - nos Municípios de São Paulo, Taboão da Serra e Embu das Artes. Desde o começo do ano as casas receberam um selo e, algumas dessas, foram cadastradas com o objetivo de remoção como parte do projeto de canalização do córrego. Porém até agora não houve nenhum esclarecimento por parte do poder público sobre para onde estas famílias serão transferidas e quais casas vão ser realmente retiradas. É visível a falta de preocupação do poder público com essas famílias, estamos acompanhando mais de perto as famílias atingidas pela obra na região do Jardim Irene, na região do Capão Redondo e as famílias que moram no município de Embu das Artes da área que faz divisa com São Paulo – perto do Jardim Irene, através do Fórum do Jardim Irene. Muitas famílias que tivemos contato tiveram suas casas mapeadas e seladas sem terem nenhuma informação sobre o projeto de canalização, sem mesmo estarem em casa durante o ocorrido. A maior preocupação das famílias é que em muitas casas moram mais de uma família, e por não terem respondido nenhum cadastro corem o risco de não receberem uma política de habitação adequada para a quantidade de moradores que existem na casa. A prefeitura de Embu das Artes e a subprefeitura de São Paulo não dão nenhuma informação concreta sobre a retirada das casas, e a política de habitação que será utilizada. Sabemos que tem uma verba de 20 milhões em desapropriações (para toda obra), sendo que a verba total do projeto é 50 milhões. Pelo tamanho da obra e a quantidade de casas que serão desapropriadas, é nítido que não haverá verba o suficiente para realocar essas famílias dignamente. Atualmente estamos junto com os moradores passando um abaixo-assinado para exigir uma audiência pública para maiores esclarecimentos – atrasado – para a população.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Alma Errada - Mário Quintana

Há coisas que a minha alma,
já mortificada não admite:
assistir novelas de TV
ouvir música Pop
um filme apenas de corridas de automóvel
uma corrida de automóvel num filme
um livro de páginas ligadas
porque, sendo bom, a gente abre sofregamente a dedo:
espátulas não há… e quem é que hoje faz questão de virgindades…
E quando minha alma estraçalhada a todo instante pelos telefones
fugir desesperada
me deixará aqui,
ouvindo o que todos ouvem, bebendo o que todos bebem,
comendo o que todos comem.
A estes, a falta de alma não incomoda. (Desconfio atéque minha pobre alma fora destinada ao habitante de outro mundo).
E ligarei o rádio a todo o volume,
gritarei como um possesso nas partidas de futebol,
seguirei, irresistivelmente, o desfilar das grandes paradas do Exército.
E apenas sentirei, uma vez que outra,
a vaga nostalgia de não sei que mundo perdido…

Fraguimentos

"Veja bem, nosso caso é uma porta entreaberta
Eu busquei a palavra mais certa
Vê se entende o meu grito de alerta
Veja bem, é o amor agitando meu coração
Há um lado carente dizendo que sim
E essa vida da gente gritando que não"

Música: Grito de Alerta
Composição: Gonzaguinha

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A Música...

Cachaça - Vanguart

E só me vem quando não há certeza
Me desconjuros pra apagar a beleza
Da incertidumbre das mesmas mãos que as suas

E me atinge da melhor maneira
Como cânhamo ou cachaça
Pra antecipar a quarta-feira

Eu vou sair,
Talvez te encontrar
São cinco e meia da manhã
E cadê?

Você sorri movendo quase nada
E antecipa a velha longa estrada
E os teus galhos vão me arborizando nu

Ainda teimo que não sou pra isso
Mas seus olhos gostam de correr o risco
E quero estar só, comigo

Eu vou sair,
Talvez te encontrar
São cinco e meia da manhã

Eu vou sair,
Pra não te encontrar
Não sei que horas da manhã

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Escrever para a vida!

Ando procurando saber mais da vida.
Leio filosofia, sociologia, economia e poesias...
Mas o que é saber mais da vida?
É abstrair coisas do cotidiano?
É saber mais da essência do indivíduo,
ou analisar a coerção do coletivo?

As vezes acho inútil escrever sobre os meus conflitos cotidianos.
Parecem ser sem serventia nenhuma para a construção da minha história.
Mas se for me afastando do que aprendo empiricamente sobre o mundo
cairei em um lugar comum, em que faço de mim mesma um objeto de estudo.

Muitas coisas me chamam atenção:
as paredes da cidade, a criança no parque, as paredes com infiltração...
Mas só consigo escrever sobre aquilo que enche meu coração,
o que me identifico e que só diz respeito a minha construção.

A vida parece ser isso, e assim vou escrevendo a minha filosofia,
a minha história, e geografia.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Quero que deixe-me...

Me deixe ver-me com você
Como em um teatro de sombras
onde a luz cresce e desvalece...

Ver você olhando a cigana
e servindo-a como uma rainha
que só tem a majestade
olhando de cima

Deixar-me-ei ser
Como uma garota que
só sabe o que quer
no fim de semana...

Não ligue se parecer contraditório
o querer e não querer
se tudo é estranho
quando mudo meus planos
influênciada por uma Lua Nova

Me deixe Pisar em ovos
espalhados em terrenos perigosos
Vou tentar outros caminhos
e voltar de vez em quando.

Eu só sei que
se rascunho poesias rasas
é por que sou fraca
e tenho consumido
o que não foi me alimentado

Se me apaixono por tudo
que me faz pensar na vida,
como poderia resistir
àquilo que me tem feito mulher?

Como não se pode
racionalizar os sentimentos
Embora eu tente
Vou sanar minhas loucuras
em seu lençol
enquanto é
quente.